Os suplementos podem ser utilizados em diversas fases da vida, inclusive quando existem alterações hormonais que induzem a perda ou ganho de peso e desenvolvem processos inflamatórios.
Vários agentes promovem processos inflamatórios e são determinantes na inflamação crónica, sendo que grande parte desta inflamação é provocada por hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo, álcool, má gestão do stress e sono. A solução para estes desequilíbrios hormonais passa pela regulação hormonal.
É possível apresentar alguns distúrbios hormonais, nomeadamente resistência à insulina, parâmetro avaliado através da glicémia e da insulina. A resistência à insulina pode estar também relacionada com questões genéticas, sendo que existe uma maior predisposição quando há familiares com resistência à insulina ou diabetes. Este parâmetro pode ser controlado através da alimentação, nomeadamente da diminuição de ingestão de açúcares refinados e alimentos processados.
A tiroide é uma glândula que produz um conjunto de hormonas que quando estão em défice induzem um hipotiroidismo, levando a uma diminuição do metabolismo. Embora estas alterações possam existir em todas as idades, ainda assim, uma criança tem menos probabilidade do que um adulto, o homem tem menos probabilidade do que uma mulher e uma mulher mais nova tem menos probabilidade do que uma mulher mais velha.
As alterações decorrentes da menopausa podem levar a alterações na tiroide e desencadear alguns problemas como o hipotiroidismo – funcionamento mais lento da tiroide – e um hipertiroidismo – funcionamento mais rápido. Este parâmetro pode ser avaliado através de análises clínicas.
Alguns suplementos podem ajudar a controlar estes níveis de hormonas tiroideias como é o caso das algas (clorela e spirulina) ajudando a um melhor funcionamento da glândula tiroideia.
Ainda assim, podemos ir buscar todos estes suplementos que necessitamos à alimentação, mas por vezes é difícil adquirir a quantidade de que necessitamos.
Com o avançar da idade, a glândula tiroideia tem mais probabilidade de ficar cansada, sendo por isso fundamental aumentar a regularidade de avaliações da tiroide.
Recorrentemente existem também alterações ao nível das hormonas sexuais. Alguns estudos científicos têm vindo a demonstrar que homens com défice de testosterona têm mais probabilidade de desenvolver inflamação crónica e doenças associadas.
Os baixos níveis de testosterona podem estar associados a níveis elevados de mau colesterol (LDL) e a níveis baixos de bom colesterol (HDL) o que pode levar à inflamação crónica, nomeadamente alterações no perfil lipídico e resistência à insulina.
Estes homens podem ter um menor desempenho sexual, serem mais ansiosos, deprimidos, dormirem mal, terem menos predisposição para ganhar massa muscular e mais massa gorda, nomeadamente massa gorda visceral, que está localizada na região abdominal e que tem uma maior probabilidade de ser inflamatória.
Para solucionar esta questão é possível a suplementação com testosterona, recomendada por um clínico, nas doses adequadas tendo em conta a avaliação e diagnóstico.
Suplementos como as vitaminas do complexo B, vitamina D, zinco, gorduras saudáveis presentes no azeite, óleo de orégão, óleo de peixe, alho e maca podem ser bastante interessantes para a modelação da testosterona no homem.
Por outro lado, temos vindo a perceber que alimentos ricos em soja podem contribuir para a diminuição da testosterona, assim como o consumo de álcool, alimentos processados e a prática de jejuns muito prolongados durante muito tempo.
Já as mulheres antes de entrar na menopausa também podem desenvolver algumas alterações hormonais. A mais recorrente relacionada com as hormonas sexuais é a alteração dos valores da progesterona com uma dominância dos estrogénios e, muitas vezes, défices de testosterona.
Embora as mulheres tenham níveis de testosterona mais baixos do que os homens, esta tem um papel fundamental para garantir músculo e energia. A testosterona na mulher também acaba por ser ansiolítica. Quando os níveis de testosterona estão baixos consequentemente a libido está diminuída, existe uma maior predisposição para engordar e perda de tonicidade da pele.
Quando existe uma dominância estrogénica e pouca progesterona, duas hormonas femininas, é frequente o aumento de peso, cansaço, alterações dos lípidos, resistência à insulina, irritação, dificuldade em dormir, tensão mamária, sangue excessivo durante as menstruações e intestinos alterados.
Para solucionar esta questão é possível a suplementação com progesterona bioidêntica, mas também suplementação de glutationa, berberina, tamisa, resveratrol e o DIM. Esta suplementação deve ser recomendada por um clínico, em doses tendo em conta a avaliação e diagnóstico.
Quando as mulheres entram na menopausa existem também alterações das hormonas sexuais. Na menopausa as mulheres têm um défice de progesterona e estrogénios pois deixam de produzir estas hormonas.
Consequentemente tendem a engordar, a pele e o cabelo envelhecem, têm menos predisposição para ganhar músculo e uma tendência para acumular gordura visceral. A gordura que se acumulava nas ancas e no rabo passa a acumular-se no tronco, no peito e na região abdominal o que leva a um aumento dos níveis de inflamação crónica e um aumento da predisposição para desenvolver doença cardiovascular.
Para solucionar pode ser feita uma suplementação de estrogénios biodiênticos e progesterona, sempre após uma avaliação e diagnóstico efetuado por um clínico.
Existem também hormonas produzidas na suprarrenal ou nas adrenais. As adrenais são glândulas localizadas por cima dos rins que produzem hormonas e algumas delas quando estão em excesso, como é o caso do cortisol, provocam insónias, perdas de massa muscular e ansiedade.
O cortisol não deve estar demasiado baixo, nem muito elevado, mas existem outras hormonas produzidas nesta glândula como a DHEA que também é possível suplementar com a própria hormona bioidêntica.
Alguns dos suplementos que podem ser utilizados para trabalhar e modelar a adrenal são a relora, o ginseng, a rhodiola, a vitamina C, o zinco, as vitaminas do complexo B, a ashwagandha, teanina, valeriana, a passiflora, a melatonina, o alcaçuz, a gaba, o 5-HTP e o chá de camomila, por exemplo. Estas são substâncias que podemos utilizar para modelar esta glândula que muitas vezes fica cansada pelo excesso de estímulos e pelo stress.
As hormonas podem proporcionar uma maior qualidade de vida quando prescritas adequadamente. O organismo tem de ser capaz de metabolizá-las caso contrário podem tornar-se prejudiciais.