A nutrição anti-aging é uma medicina de défices, que pretende colmatar as falhas que as pessoas têm, seja em termos nutricionais, através de uma alimentação saudável, seja em termos de vitaminas e minerais. O que ingerimos ao longo da vida irá refletir-se no nosso organismo, ou seja, a prevenção é a melhor aposta. Dado que não é possível controlar o envelhecimento natural do corpo, é possível adotar medidas que desacelerem o envelhecimento.
Ao serem tidos cuidados precocemente, o envelhecimento será feito de uma forma mais saudável e com menos impacto no bem-estar da pessoa.
Várias vezes é referida a toma de multivitamínicos, iguais para todas as pessoas, no entanto, isto não é correto. Estes devem ser tomados na quantidade certa e apenas aqueles que realmente são necessários. A prescrição deve ser feita à medida e de uma forma individualizada.
Também relativamente à medicina de défices, há que falar dos défices hormonais. Com o envelhecimento, há uma tendência para as hormonas sexuais e não sexuais decrescerem. O que acontece é que quando somos jovens temos uma forte produção hormonal, que nos protege de ficarmos doentes e de perdermos massa muscular. Portanto, em idades jovens devemos ganhar massa muscular e massa óssea, de forma a serem mantidos esses níveis, posteriormente.
As mulheres a partir dos 40 anos começam a ter perdas de hormonas relacionadas com a atividade reprodutora, uma vez que se aproximam da menopausa. O homem também tem um decréscimo, mas não de uma forma tão abrupta.
Alguns fatores do estilo de vida podem fazer com que este decréscimo seja mais acentuado, como é o caso do excesso de peso, grandes níveis de stress e álcool em excesso. A dominância estrogénica, ou seja, a produção de muito estrogénio e pouca progesterona, pode originar um aumento de peso, perdas sanguíneas durante o período menstrual e ainda uma grande flutuação de humor.
Estas pessoas estão menos protegidas em termos de saúde, no entanto, existem défices hormonais que podem ser colmatados através da modelação hormonal. Esta estratégia deve ser realizada por médicos com especialização nesta área e mediante avaliação e diagnóstico.
Esta estratégia apenas deve ser implementada quando já existem outras que potenciem a ação destas hormonas, não sendo viável sobrecarregar um corpo que por si só já está sobrecarregado.
Paralelamente, há que ter estratégias que desinflamem o organismo. Só nesse caso é possível receber hormonas e metabolizá-las da melhor forma possível. É o caso da alimentação anti-inflamatória. Os alimentos podem ser agentes fortemente anti-inflamatórios, sendo uma boa prática a ingestão de frutas, leguminosas, peixe, carne e ovos, ou seja, alimentos que vêm da terra, do mar, sem hormonas, com produção e crescimento mais natural.
Por outro lado, devem ser evitados alimentos com muitos químicos, embalados e que não têm nenhuma qualidade nutricional. Por exemplo, os lácteos parecem ser inflamatórios na maioria das pessoas, tornando-as intolerantes à lactose, especialmente em pessoas que se encontram em dominância estrogénica. Também o glúten pode trazer dificuldades de metabolização ao nível dos intestinos, arriscando gerar hipersensibilidade.
Para que estas estratégias contribuam para o anti-aging há que equilibrar o organismo. É fundamental que se tenha uma boa gestão do stress, nomeadamente controlar a ansiedade e angústia.
Nestas circunstâncias deve haver um esforço para controlar o peso, sendo natural que à medida que se envelhece, o organismo não aguenta o que aguentava, pois tem uma capacidade de metabolização muito diferente. No entanto, a pessoa deve ter um estilo de vida compatível com a idade que tem.
O jejum intermitente também pode funcionar como estratégia anti-aging. Em algumas circunstâncias, se estivermos sem comer, damos descanso ao organismo.
A alimentação saudável, a prática regular de exercício físico e a boa gestão do stress, aliados à utilização de suplementos hormonais, vitamínicos e minerais, podem ter um grande potencial de promoção do antienvelhecimento.
Tratar de nós é ser-se generoso.